Viver bem

Viver bem

Um dos aspectos fundamentais da comunicação de uma pessoa é a energia que dela emana, a impressão que causa nas outras pessoas e no ambiente.

O que é visto do lado de fora é um reflexo de como as coisas estão do lado de dentro e se uma pessoa está bem, em harmonia e feliz, irradia esse estado de espírito.

Observe que há muitas pessoas infelizes, que atribuem seu insucesso a alguém ou às circunstâncias externas, como o governo, a política, à empresa ou ao chefe e o pior, nada fazem para mudar. Pior ainda, quando se fazem de vítimas, lamentando sua má sorte e vivem reclamando da vida.

A pergunta é: Podemos fazer algo para viver bem?

Creio que sim e que podemos adotar atitudes e comportamentos que nos direcionam para uma vida equilibrada, gerando-nos mais momentos de prazer e contentamento do que tristeza e frustração.

Alguns caminhos para isso:

Ter consciência dos seus valores pessoais e viver em consonância com eles.

Os valores são escolhas que fazemos conforme o que nos é fundamental em um determinado contexto e a partir deles fazemos escolhas e tomamos decisões. Funcionam como se fosse a seta de uma bússola que aponta sempre na mesma direção.

“O sentido da vida é encontrar o seu dom. O propósito da vida é oferecê-lo”.

Creio que cada ser humano existe para uma razão mais importante do que nascer, crescer e esperar a morte chegar. Penso que a grande sabedoria é reconhecer-se como um ser dotado de dons especiais, assumindo a responsabilidade de cuidar do próprio corpo, vivendo intensamente, utilizando a inteligência para pensar, criar, realizar sonhos, sentir emoções e delas tendo consciência.

Telefonei um dia desses para conversar e consolar a Maria Luiza, tia da minha esposa, que perdeu seu marido. Antenor era uma pessoa especial, passou por grandes desafios. Quando jovem sofreu um acidente e, como consequência, ficou cego. Apesar disso, nunca perdeu o bom humor nem o otimismo. Casou-se com a Maria Luiza e os problemas advindos da sua cegueira pouco importavam, pois viviam bem.  Era muito inteligente, tinha um bom tino para os negócios, conseguiu conquistar um bom patrimônio, gostava de uma boa conversa. Era generoso, dinâmico, sonhador e muito querido. Além disso, tinha a fama de enxergar muito mais do que a maioria das pessoas que tem 100% da visão.

Imaginando consolá-la, recebi, na verdade, uma verdadeira lição de vida e de amor quando ela disse que, apesar da tristeza, estava feliz, pois viveu com o Antenor durante 35 anos. Foi parceira e amiga, dedicou-se a ele e sua vida teve esse propósito. Como recompensa, teve do seu lado um homem bom, um marido dedicado, que fazia de tudo para agradá-la, e por isso, viveram muito felizes.

A exemplo da Maria Luiza, você tem consciência dos seus dons? Se sim, pauta a sua vida por eles?

“Estar o máximo de tempo possível em estado de presença”.

Estarmos conscientes dos nossos pensamentos, do nosso corpo e das nossas emoções, exige um grande esforço, apesar de parecer algo fácil.

Um filósofo chamado Epicteto, em seu legado, deixou uma série de sugestões para as pessoas viverem conscientes e felizes. Uma delas aborda sobre coisas que podemos ou não controlar. Disse ele: “De todas as coisas existentes algumas estão sob o nosso poder e outras não. Debaixo do nosso poder estão o pensamento, o impulso, a vontade de adquirir e a vontade de evitar. As coisas que não estão sob o nosso poder incluem o corpo, a propriedade, a reputação e o cargo que assumimos. As coisas sob nosso poder são, por natureza, livres, não encontram obstáculos à sua frente; as coisas que não estão debaixo do nosso poder são fracas e servis”.

Mesmo fazendo grande esforço, para esse controle, é comum vivermos como máquinas, agindo e reagindo por nossos impulsos e pelas circunstâncias e não de acordo com nossas verdades internas.

“Se acredita que pode ou que não pode, em ambos os casos você está certo”.

Esse pensamento, atribuído a Henri Ford, define as imensas possibilidades ou estabelece limites para as nossas realizações. Não é culpa das pessoas terem crenças limitantes, normalmente provocadas pela educação recebida.

Por exemplo, se uma criança ouve de seu pai ou de sua mãe comentários sobre a sua incapacidade de realização, ela passará a assumir esses pensamentos como seus e que, ao longo do tempo, cristalizam-se em crenças gerando consequências na vida adulta.

É possível mudar crenças? Claro que sim, tanto que diariamente, observamos mudanças maravilhosas quando uma pessoa se dá conta de que possui qualidades, valores, habilidades, e quando aprendem recursos para ampliar suas competências.

Como consequência, criam uma nova perspectiva de vida, refletida em equilíbrio na vida financeira, pessoal, familiar, conjugal, cultural e espiritual. Crenças são muito poderosas, pois podem gerar sucesso ou fracasso, sermos pessoas felizes ou infelizes.

Seja congruente!

Acredito ser esse um dos grandes desafios, talvez o maior deles, pois não adianta assinar um contrato, empenhar a palavra, assumir compromissos se eles não vão ser cumpridos. Ser coerente é fazer e agir de acordo com o que falamos.

Não raro vemos pessoas dizendo uma coisa, fazendo outra oposta ao que fala. Um bom exemplo é o pai que procura educar seu filho e diz o quão a mentira é perniciosa, que seu filho não deve mentir e, quando toca o telefone, seu filho atende e diz ao pai que fulano quer falar com ele, a resposta é: Diga que não estou.

Sei que viver bem ou sermos felizes é o grande desejo de todo mundo. Embora não existam fórmulas prontas para isso, ao descobrirmos que os caminhos para isso estão dentro de nós, focamos a nossa atenção na simplicidade das coisas, na verdadeira amizade, no jeito de lidar com as pessoas, preferindo ter bom humor do que uma expressão sisuda. A natureza é sábia quando nos ensina que colhemos aquilo que plantamos, por isso, o convite a escolher e plantar sementes positivas para colher o que semear.

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