Muito se tem falado ultimamente em consultorias, mentorias, coaching, treinamentos em geral, processos de autoconhecimento, terapias e outros estudos afins sobre a importância termos clareza do nosso propósito de vida, que pode ser considerado também a missão de vida ou ainda a razão pela qual você acorda contente e satisfeito para a jornada diária e, em função disso, se esforça, estuda, trabalha adoidado, faz o que tem que fazer em função desse propósito.
Eu mesmo, confesso, tenho estimulado meus mentorados e alunos em processos de comunicação, no quesito relacionado à comunicação intrapessoal, a definirem, de preferência, em poucas palavras, o seu propósito.
Bem, esperando que você já chegou até aqui, cabe então a pergunta…
Mas afinal de contas, o que é o propósito de vida? Para que serve? Quais são os seus benefícios?
Tê-lo ou não tê-lo, eis a questão!
Há aquelas pessoas que não estão nem um pouco preocupadas em definir o “seu propósito”, como se automaticamente as coisas vão acontecendo. E os fatos vão se sucedendo e a vida se desenrolando do jeito que deve ser, sem uma programação pré-estabelecida.
Há também os defensores do estabelecimento de uma meta ou algo maior que merece ser estabelecido. E todo o esforço deve ser empreendido para agir em conformidade com o que foi escolhido. Nesse caso, o propósito funcionaria como a seta de uma bússola que aponta sempre na mesma direção. Facilitando as escolhas e tomadas de decisão a cada situação que exija mudanças de atitudes ou de comportamentos.
Sobre propósito, se a sua opção for essa e você se sente confortável com essa decisão. Pode ser até que o seu propósito seja definir e usar o seu propósito de vida para conseguir se realizar pessoal e profissionalmente. Pesquisei um pouco sobre o tema e trouxe algumas reflexões que possam, talvez te impulsionar a definir o seu propósito. Ou então, se preferir, deixar as coisas como estão e o que tiver que acontecer, acontecerá.
Há um estudo e uma filosofia japonesa, que tem origem na ilha de Okinawa. Os seus habitantes, de maneira geral, são longevos, com muitas pessoas vivendo com saúde por mais de 100 anos. O que gera isso nada mais é do que viverem com um alto nível de propósito e um índice de felicidade bastante elevado.
Essa filosofia se chama IKIGAI e o segredo não está na realização do objetivo, mas na própria caminhada. Uma definição do Professor Gino Tarentim, professor da USP é que:
“no oriente, quando falamos de razão para viver, não falamos de um ponto futuro, mas de cada ponto construído ao longo da jornada, em cada momento que vivemos. É uma razão, um motivo para levantar todos os dias da cama e buscar o próprio Ikigai, ainda que seja utópico e você não o encontre. A razão para viver está na busca e não na chegada.”
Tarentim explica que o Ikigai é subdividido em quatro grandes domínios da nossa vida:
- Fazer o que se ama;
- Fazer algo com proficiência;
- Fazer algo que o mundo precisa (pode ser uma comunidade ou uma pessoa);
- Fazer algo que seja remunerado.
Além disso, há outros fatores, dentro desses quatro domínios que reside o equilíbrio do Ikigai nas suas intersecções, a saber: a paixão, a profissão, a vocação e a missão.
Considerando esse processo, mais do que um processo, uma filosofia de vida, não há definida uma estrutura para se atingir esse patamar de felicidade. Não há um passo a passo, não é buscar algo novo. Mas buscar, naquilo que você tem hoje, um novo significado e para isso propõe algumas perguntas para você atingir o seu ikigai:
Será que você…
- Pode amar mais do que ama hoje?
- Pode melhorar ainda mais o que faz hoje?
- Consegue fazer o seu dinheiro render mais?
- Consegue viver melhor com o dinheiro que já tem?
- E consegue reencontrar o significado da sua empresa na vida dos outros e ao seu redor e entender o bem que ela traz ao mundo?
Além dessa visão sobre propósito, há um processo simples e prático, caso a sua opção seja de uma visão mais ocidental, que pode te apoiar na definição do seu propósito.
Primeiramente, faça uma relação das suas principais qualidades e virtudes como, por exemplo, integridade, altruísmo, generosidade, determinação, entre outras. Após isso, faça uma relação das sensações que gostaria de experimentar mais na vida daqui por diante ou ao longo da sua vida, tais como equilíbrio emocional, alegria, paz de espírito, prazer de viver, consciência do momento presente.
Feito isso, para você definir o seu propósito, escreva o seu propósito, considerando esses dois estudos iniciais. Procure pensar a respeito e escreva o que tem, para você um grande significado para a sua vida. Essa frase poderá ser uma afirmação que você poderá repetir várias vezes e praticá-la até se incorporar no seu jeito de pensar, fortalecer as suas crenças até se tornar no seu jeito de viver.
A sentença poderia ser assim:
“Por meio de… (colocar aqui as suas duas ou três principais características), quero gerar mais (coloque aqui as três sensações que deseja ter).
Por exemplo:
“Por meio de minha integridade, generosidade e determinação, quero gerar mais alegria, paz de espírito e prazer de viver.”
Além disso, tenho observado que algumas pessoas têm definido o seu propósito, considerando o que para elas é o mais importante, de forma simples e objetiva, tais como:
- Dar a melhor educação que eu puder dar para os meus filhos;
- Ser feliz e fazer as pessoas ao meu redor, também felizes;
- Contribuir com o desenvolvimento de pessoas por meio do trabalho que realizo;
- Fazer tudo o que puder para viver bem, com consciência e equilíbrio;
- Tratar a todos com respeito e consideração;
- Ter um trabalho que me dê prazer em realizá-lo;
- Ser sempre leal e agir em conformidade com os meus princípios;
- Ser um cara legal;
- Viver, a maior parte do tempo possível, em consciência com o momento presente;
- Viver o aqui e agora, sentindo emoções autênticas e tendo consciência dessas emoções;
- Ajudar o maior número possível de pessoas a serem melhores a cada dia;
- Fazer por merecer tantas bênçãos e milagres que me acontecem diariamente;
- Ser sempre grato pela graça da vida e desfrutá-la com essa sensação de completude e gratidão.
Fica aqui o convite para você pensar a respeito. Sou um defensor de que se sabemos aonde queremos chegar, fica mais fácil de atingir esses objetivos. Por outro lado, se não temos uma direção, qualquer caminho e objetivo servem. Há um outro pensamento que quero usar para fechar este breve artigo, que justifica você ter, pelo menos uma noção do que deseja ao longo da sua vida:
“A natureza é sábia, pois colhemos aquilo que plantamos.”
Gostou do artigo? E você, tem o seu propósito de vida? Quer saber mais sobre propósito de vida? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
