Por que a Liderança por Valores é a melhor Liderança?
Enquanto Taylor acreditava em que uma boa administração advinha de olhar para as tarefas que estavam sendo executadas e seu modo de execução, para Fayol, administrar era ter o controle da empresa como um todo. Seu método compreendia estabelecer objetivos, pensar no futuro e fazer com que esse futuro acontecesse.
Desde a Revolução Industrial, muitos estudos e modelos foram criados e aperfeiçoados relacionados a teorias de administração e de modelos de liderança. Os precursores desse processo foram Frederick Taylor e Jules Henri Fayol, que introduziram a abordagem clássica e científica da administração.
Hoje, diante de tantas alternativas e programas sobre o tema, tem se destacado a liderança situacional, pipeline de liderança, liderança inspiradora, liderança com foco em accountability, liderança estratégica, liderança e gestão de pessoas e primeiros passos na liderança, que contém as seguintes orientações:
- Liderança de gestão de pessoas, aborda tópicos fundamentais para a atuação consciente do líder como gestor de pessoas. E propicia uma experiência educacional baseada em conhecimentos, reflexões e exercícios em diferentes ferramentas;
- Primeiros passos na liderança é dirigido a todos os profissionais que estão em preparação para assumirem posições de liderança, que ainda não tem experiência em gestão de pessoas e não possuem equipes;
- Resiliência em liderança, no qual os envolvidos devem usar ferramentas técnicas para lidar com o estresse, as incertezas e as emoções negativas e reveses que geram uma maior necessidade de resiliência;
- Liderança de equipes autônomas e responsáveis, que são abordadas formas de mensurar o grau de autonomia da equipe e promover ações para empoderá-la.
Cada modelo é conduzido dentro de parâmetros de qualidade e por profissionais devidamente capacitados para esse fim.
No entanto, há um processo que começa a ganhar força e vigor, cuja proposta é a liderança por valores partindo-se do pressuposto de que por trás de todas as estratégias há valores fundamentais que norteiam a conduta dos líderes e da organização.
Há um livro recém-lançado, cujo título é Lidere por Valores – os 4 princípios para o Lucro e a Prosperidade de Jay Steinfeld, que recomendo, e aborda justamente isso, apontando os valores como princípios fundamentais para uma pessoa e para os negócios e que nem sempre são praticados, ficando mais na intenção do que na ação.
Gosto de dizer que a congruência é “precisa”, destacando que o comportamento de uma pessoa deve ser exatamente igual ao que ela propaga. Destaco a palavra “precisa”, que tem duas conotações, sendo a primeira no sentido de precisão, de fazer a coisa certa. A outra significando necessidade, por isso a relação dos comportamentos com os valores que o sustentam é fundamental no mundo corporativo. Mesmo porque a responsabilidade de um líder se estende não só aos seus liderados, mas a toda organização e em todas as direções. Para cima no que se refere aos seus superiores, para os lados, levando em conta seus colegas de trabalho e para baixo e direção, para as pessoas que estão sob a abrangência da sua liderança.
Pautar a estrutura de liderança por valores é definir um rumo a seguir, uma rota, uma direção. Como uma seta de uma bússola que aponta sempre na mesma direção.
Sobre os valores apontados no livro de Jay Steinfeld, ex-empreendedor do ano da Ernst Young, é o especialista em marketing de guerrilha e explica que seus quatro princípios fundamentais o ajudaram a ter sucesso no mundo empresarial. Esses valores fundamentais são como princípios básicos da vida e da governança corporativa, classifica como os “quatro Es”: Evolução contínua, Experimentação radical, Expressão sincera e, por último, Estima pelo que faz.
1. Evolução contínua:
Aborda a importância da evolução pessoal, espiritual e profissional como recursos necessários para uma vida bem vivida. Sua orientação é para que busquemos novas ideias e abordagens. E, com isso, uma vida mais consciente e produtiva incluindo a capacidade de lidar com confiança e atitude positiva diante dos desafios apresentados pela vida;
2. Experimentação radical:
Basicamente aceita que ao experimentar carrega a possibilidade do fracasso e o sucesso pode ser uma constante de experimentações frustradas. Funciona como um laboratório: experimenta e erra, experimenta de novo e erra de novo e assim continuando até que de súbito, experimenta e acerta. Esse processo de experimentações pode ser libertador, pois até pequenos experimentos podem vir a ser relevantes. Correr riscos faz parte de um processo de evolução.
Lembrei-me de um fato ocorrido em uma empresa cujo gerente de um departamento cometeu um erro grave, gerando à empresa grande prejuízo. Alguns diretores aconselharam seu superior que o demitisse pelo grande problema causado e, diante da surpresa desses “conselheiros”, retrucou dizendo que não, pois esse gerente tinha grande talento, muitos conhecimentos e era pessoa confiável. Além disso, sabia uma maneira a mais de como não proceder diante de um desafio dessa natureza.
3. Expressão sincera
Refletindo a mais e natural expressão da verdade, pautada em transparência e confiança. Quando um líder é sincero e não age com agendas ocultas nem segundas intenções, passa a conquistar credibilidade e confiança. É comum as pessoas não se sentirem à vontade para falar o que pensam e sentem, em especial em um contexto de hierarquia, gerando uma pressão que mina a iniciativa e a naturalidade.
Um bom líder não só permite, mas incentiva a que seus colaboradores falem abertamente, expressem seus sentimentos, suas ideias e sugestões, seus problemas e desejos e sentem que podem se sentir à vontade, sabendo que não haverá penalidades se forem sinceros. Um caminho para isso, conforme Steinfeld, é a aplicação de um método que tem os seguintes passos:
O primeiro é transformar o clima das reuniões, apoiando a que observem e lidem com a verdade diariamente, falando sem receios de punições ou perseguições. Outro, é conduzir reuniões individuais com pessoas chave da sua equipe para detectar eventuais fatores que possam atrasar projetos importantes. Na sequência, procurar manter a hierarquia corporativa o mais plana possível e, por último, esforçar-se para ser um modelo de transparência para todos os colaboradores. Nada como o exemplo para inspirar.
4. Estima pelo que faz
Demonstrando que há dois modos de se ter sucesso na vida. O primeiro é de fazer o que se gosta e o segundo é de aprender a gostar daquilo que faz. O elemento prazer deve fazer parte da vida de um líder na sua atuação profissional. Deve gostar de gente, de conviver, de se relacionar, de planejar, de enfrentar desafios, de se motivar, e desse modo, inspirar e impulsionar seus liderados à consecução de tarefas e assumirem suas responsabilidades. Quando um líder gosta de ser líder, de engajar pessoas, de aceitar a colaboração e sabe ouvir e celebrar conquistas com o seu time, demonstra ser possuidor de estima pelo que faz e está atendo ao seu processo de melhoria contínua e de inspirar pessoas ao seu redor.
Steinfeld disse que:
“A capacidade de um líder de perseverar e permanecer positivo faz de você um modelo inspirador para sua equipe. O seu objetivo – mesmo que você seja introvertido, ansioso ou tenha dificuldade em sentir alegria, é demonstrar confiança livre de estresse. Seja amigável com seus funcionários, sorria para eles, proporcione um ambiente bem-humorado e leve. Demonstre que o trabalho pode ser satisfatório e prazeroso, mesmo diante de problemas desafiadores. Viva a mensagem de que sua empresa é um lugar inspirador para trabalhar e que você gosta do seu trabalho”.
Se você assume um papel de liderança na sua empresa ou é um empresário ou pretende se tornar um líder no futuro, sugiro que escolha e cultive continuamente esses valores. Você verá que estará sempre sendo disputado para cargos mais elevados e para assumir novos desafios, pois é desse tipo de líder que o mundo e, certamente sua empresa precisa.
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