Quando olho para trás, quando tinha um sonho de ser empreendedor e não sabia direito o que queria, mas tinha um panorama focado em educação e desenvolvimento de pessoas, não imaginava que depois de tanto tempo teria tanto a celebrar e agradecer, afinal uma empresa pequena que conseguiu impactar mais de 120 mil pessoas e ter mais de 1000 empresas como clientes em produtos customizados é motivo de alegria e de comemoração.
Uma paixão desde pequeno, direta ou indiretamente me fascinava, quando ficava encantado com uma professora ou um professor que falava bem, sabia explicar uma matéria, era divertido ouvi-los e saborear seus conhecimentos.
Estudei em um colégio de padres e havia aqueles que tinham o dom da oratória, sabiam falar bem, fazer sermões bem estruturados, contar boas histórias. Eu e meus amigos seminaristas gostávamos de discutir, debater e aprender.
Como não era minha vocação efetiva, foi mais um dos objetivos que se transformaram em outras possibilidades. Não fiquei na vida de convento, nem me transformei em um padre. Mas tive lições extraordinárias que me serviram de base para a minha jornada e identificação da minha vocação e escolha profissional. Deveria ser algo voltado à comunicação em público e, diante das minhas limitações daquela época, imaginava ser um radialista, um professor, mais para a frente até um apresentador de televisão.
Foram várias as experiências que sinalizavam meu interesse pelo assunto, por exemplo, na época de colégio, que existe até hoje, no bairro de Jaçanã, o CEPEF, Colégio Estadual Professor Eurico Figueiredo, estadual, estudo levado a sério, professores dedicados, rigorosos e muito bem-preparados.
O diretor, me lembro era o Professor Edmundo e a escola dispunha de caixas de som no pátio, nas salas de aula e em todo o ambiente da escola. Criei, com alguns amigos, em especial minha amiga Nancy Assad, um programa de rádio que era realizado na hora do intervalo, chamado “SOMPEF”, e era destinado a dar recados, transmitir mensagens dos alunos para outras alunas e de alunas para algum “paquera”, além de informações sobre provas, calendários, informações da diretoria, além de brincadeiras e as músicas da época, normalmente atendendo a pedidos e oferecidas a alguém.
Muitas boas lembranças daquele período e, depois de tanto tempo, vim a encontrar a minha amiga Nancy com sua agência de marketing e hoje sou amigo de sua família.
Também houve, nesse período o advento dos festivais de música popular brasileira e os colégios estaduais realizavam verdadeiros shows com os alunos e suas bandas em uma disputa acirrada com outros colégios. Quem apresentava os festivais no meu colégio? Adivinhem… Tomava vaia junto com os “artistas”, me divertia muito e fazia algo que me dava muito prazer.
Assim, ao longo do tempo, sempre era o representante da classe para assuntos junto à diretoria, fui o orador da turma em praticamente todos os cursos que realizei. Aproveitava todas as oportunidades para falar, por exemplo participando de missas, fazendo leituras da bíblia, conduzindo a missa junto com o padre. Até ousando usar toda a minha desafinação musical puxando músicas durante as celebrações…
Assim foi… Comecei a trabalhar desde cedo, com 13 anos de idade, trabalhava de dia e estudava à noite, o esforço foi grande, precisava ajudar minha família. Comecei como office boy no centro de São Paulo, depois fui trabalhar no antigo Departamento de Geriatria e Gerontologia da Santa Casa de São Paulo. O local que ficava no bairro do Jaçanã existe até hoje, uma casa que cuidava de idosos e doentes da Santa Casa. Depois fui trabalhar como vendedor da Aliança Metalúrgica, quando entrei na faculdade de Administração em Guarulhos. E logo fui convidado para trabalhar como analista de cargos e salários. Atividade que desempenhei por mais de 10 anos, tendo trabalhado na Philco Rádio e Televisão no Tatuapé.
Embora sempre trabalhando em vários locais diferentes, nunca deixei de lado a vocação e o desejo de trabalhar com a comunicação.
Foram apresentações de festas das empresas, condução de quermesses, aberturas e fechamento de olimpíadas. Conversas com o pessoal do sindicato, representação da empresa junto ao Fiesp, até que conheci meu grande mestre, Professor Oswaldo Melantonio, professor de oratória. Seus cursos eram anuais e me encantei com o professor que me via um teimoso ou persistente, pois fiz o curso seu curso durante cinco anos seguidos. Uma vez por semana estava eu lá, saboreando as palavras e desfrutando da sabedoria do meu mentor.
Uma vez, no ano seguinte, que não mais frequentaria o curso do Melantonio, algo surpreendente aconteceu: recebi do Professor Melantonio o convite para ser seu assistente no curso de oratória. Para mim, uma glória, pois quem era eu para partilhar o mesmo espaço e palco com meu grande guru?
Fiquei com ele por um bom tempo, dei várias aulas, aprendi e sedimentei ainda mais meu aprendizado até que resolvi, com seu apoio e aval, montar minha própria escola. Teve o primeiro nome como CVDP – Instituto de Comunicação Verbal e Desenvolvimento Pessoal, depois passou a se chamar Instituto Reinaldo Passadori. E em seguida Instituto Passadori e hoje, simplesmente Passadori Comunicação.
Tive a oportunidade de escrever quatro livros que foram muito bem-sucedidos: “Comunicação Essencial”, “As 7 Dimensões da Comunicação Verbal” e “Media Training”. Todos editados pela Editora Gente. E outro: “Quem Não Comunica Não Lidera”, pela Editora Atlas. Hoje tenho minha própria editora, Editora Passadori, que foi criada para impulsionar meus próprios livros e materiais.
Ao longo desse período, tive a honra de ter a minha empresa agraciada com a Medalha Anchieta. Uma honraria da cidade de São Paulo a um dos seus cidadãos que prestaram relevantes serviços para a própria cidade e para o país. Uma grande alegria.
Hoje continuo aprendendo, fazendo novos cursos, criando novos projetos, atuando mais em mentorias para altos executivos, realização de palestras, criação de novos livros. Preparando sucessores, preparando profissionais que desejam ser palestrantes. Fazendo muitas lives, participando de entrevistas e no início de um projeto de podcasts, trazendo personalidades para compartilhares seus conhecimentos e experiências.
Fico feliz em poder dizer que nem todos tiveram a felicidade e o privilégio de fazer na vida aquilo que gostam, que é prazeroso. É muito agradável para mim a sensação de me sentir útil às pessoas fazendo o que faço, ajudando-as a serem melhores pessoas e melhores profissionais.
Continuo estudando, agora em uma parceria com uma turma muito legal da Indelta-Business, participando da criação de um projeto de Business Developer. Um projeto com Francisco Mark Moran e Alê Prates, entre outros renomados profissionais do mundo empresarial.
Compartilho este momento de festa e de celebração, esperando ficar ainda muitos anos apoiando jovens, profissionais, políticos e oradores a ampliar sua habilidade para influenciar pessoas para tornar o mundo cada vez melhor.
Para finalizar, não poderia usar outra frase, além de uma que usei centenas de vezes, acreditando no poder de seu significado:
“Não somos valorizados pelo que sabemos, mas pelo que fazemos daquilo que sabemos”.
De que adianta uma pessoa saber tanto, trilhar os caminhos do saber, ter excelente formação e experiência de vida se na hora de falar, de mostrar seu potencial, não consegue. E quando fala mostra tantas limitações que melhor seria se tivesse ficado calado?
Meus agradecimentos aos milhares de amigos, colaboradores, facilitadores que se transformaram em grandes mestres. Uma taça levantada em comemoração dos 38 anos da Passadori Comunicação, minha casa, sua casa, nossa casa.
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Quer saber mais sobre o nosso trabalho na Passadori Comunicação? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em informar.
Reinaldo Passadori