O admirável mundo novo das Startups

O admirável mundo novo das Startups

O admirável mundo novo das Startups

Assisti recentemente a um filme extraordinário, “O menino que descobriu o vento”, que narra a história de um povo, de um país africano, que tinha sérios problemas com a seca e nesse mundo desumano, sem água, pouca chuva, todos padeciam, mas o pouco que conseguiam dava para sobreviver ao longo dos anos, até que, em um determinado período, a chuva não veio, nada sobrevivia nas plantações, dizimando os animais e a esperança daquele povo tão sofrido.

Um menino, filho de uma família muito pobre e desesperada, sem ter o que fazer, nem para onde ir, teve uma ideia e diante de todos os obstáculos já existentes e da resistência de todos, em especial do seu pai, que insistia em cuidar da terra seca que nada produziria, começa a fazer algo. Estuda, diante de tantos obstáculos, sobre eletricidade, a partir de um dínamo que acendia a lanterna de uma bicicleta, uma bomba velha de água e um moinho que girava com o vento, estudando na simples biblioteca da sua escola, leva adiante o seu sonho e consegue um milagre: tirar água da terra, salvando aquelas pessoas.

É um filme muito rico em conteúdo, inspirado, talvez, não em uma, mas em milhares de histórias semelhantes de tantos povos que padeceram e padecem dessa dificuldade ao longo do tempo. Recomendo que o assistam e pensem nos “Startupeiros”.

“Startupeiro” é um empreendedor do setor de startups, ou seja, empresas criadas a partir de uma ideia inovadora, com a perspectiva de crescimento e lucratividade em pouco tempo, sem haver significativo aumento dos custos. O termo surgiu em torno de 1990, quando houve a bolha da Internet, na qual empreendedores com projetos inovadores e promissores vinculados à tecnologia, conseguiram financiamento para levar adiante os seus empreendimentos, que foram considerados lucrativos e sustentáveis. Várias delas surgiram no Vale do Silício, uma região da Califórnia, nos Estados Unidos, como a Google, Apple Inc, Facebook, Yahoo, Microsoft, entre outras.

Como uma onda positiva, muitos sonhos começaram a se realizar a partir de um insight, de um lampejo especial de inteligência, modificando muitos conceitos tradicionais do próprio mercado, apoiados no vertiginoso e rápido avanço da tecnologia. O mundo da Inteligência artificial, os grandes e potentes computadores, fazendo varreduras de informações em poucos segundos, o impacto na robótica, nas ciências, na biologia, na química nas estruturas do pensar e na substituição de ações humanas e mecânicas por sistemas automatizados, por máquinas, tem gerado uma nova realidade nos processos produtivos e no mercado de trabalho, de modo geral.

Muitas novas empresas surgiram sob essa nova modalidade, ou seja, uma ideia para a solução de um problema, gerar algum serviço novo ou aperfeiçoar um sistema tradicional. Pelos seguintes exemplos, sem conhecer a fundo esse mercado, dá para ter uma noção da revolução nesse contexto. Tais empresas, muito conhecidas são: Uber, Airbnb, Space X, Spotify, Easy Taxi, Hotmart, Buscapé, Rock Content. Não existiam, até o momento em que alguém começou a pensar, a juntar peças, a sonhar com um novo conceito, utilizando recursos de tecnologia, embora não necessariamente, desenvolvendo um protótipo ou uma estratégia e partindo para a ação, buscando investidores, desenhando e redesenhando planos de negócios, descobrindo nichos, testando, superando barreiras de todo o tipo, até que o negócio decole, podendo até, em pouco tempo, se tornar um “Unicórnio”, que é uma companhia que cresce rapidamente e é avaliada em um bilhão de dólares ou mais.

Nesse mundo novo, se você tem uma veia investidora e é sagaz na criatividade, pode ser que esteja dentro de você um “startupeiro” adormecido, precisando, apenas, de um estímulo, como este artigo, para partir para a ação. Se for assim, fica o desafio de apresentar uma “proposta de valor”, que é a ideia central que guia uma empresa, e mostrar como ela deve ser recebida pelos clientes ou, ainda, as soluções para problemas.

É chegado o momento de iniciar um “Bootstrapping”, ou seja, iniciar uma empresa usando recursos próprios ou de clientes, ao invés de buscar verbas de investidores.

Pode ser que prefira, a partir da sua criação, procurar quem aposte em você ou no seu negócio e encontre um “investidor anjo” que é uma pessoa com capital disponível e interesse em aplicar em uma empresa e em contrapartida, receber um percentual dos resultados da empresa financiada. Outra alternativa é adotar um sistema “Crowdfunding”, que é um financiamento coletivo, em geral realizado via Internet, por pessoas interessadas em apoiar um projeto, no qual o empreendedor apresenta seu negócio, estabelece o valor que precisa e define uma data específica para conseguir o resultado esperado. Pode ser que consiga a parceria de um “Private Equity”, um fundo de investimento que compra uma parte da empresa e se torna sócio. O objetivo é melhorar os resultados e aumentar o valor da organização para depois vender a parte que lhe cabe no negócio.

Outra modalidade é um fundo de investimento, que reúne o dinheiro de várias pessoas interessadas em apostar em novos empreendimentos.

Qualquer que seja a modalidade de busca de investimento, é necessário saber fazer um bom “Elevator Pitch”, – apresentação rápida para estimular potenciais investidores a investir, sintetizando os benefícios e vantagens do negócio.

Mesmo depois de tudo isso, se sua ideia não decolar, você poderá “pivotar”, ou seja, mudar de estratégia para evitar prejuízos ou aumentar seus lucros. Uma opção é ter o apoio de uma “aceleradora”, organização de capital privado que investe em startups com grande potencial de crescimento. Além do apoio financeiro, dá suporte no desenvolvimento do negócio, com orientação e mentoria.

Desejo, sinceramente, mesmo que não seja um “startupeiro”, que aproveite essas ideias e conceitos no seu negócio (tirei essas definições de um artigo apresentado pela Folha de S.Paulo, de Jussara Soares), que tendo o seu produto, consiga encontrar um “Product/Market Fit”, quando a empresa consegue identificar um nicho de mercado e oferecer produtos que atendam às suas necessidades, consiga um “Scale Up”, empresa que cresce ao menos 20% anualmente, por três anos consecutivos e que o “Valuation” do seu negócio seja o de um “unicórnio”, como já vimos, a empresa que consegue se desenvolver e ser avaliada em mais de um bilhão de dólares.

Boa sorte, muito trabalho, criatividade, vontade e disciplina para atingir o sucesso.

Reinaldo Passadori

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