Um dia desses, minha assessoria de imprensa me indicou para uma entrevista no Jornal da Record News, com Heródoto Barbeiro, por se tratar de um assunto relacionado à comunicação. O tema abordado na matéria foi sobre perguntas feitas por entrevistadores, mais especificamente sobre perguntas incomuns, que aparentemente são sem lógica e que, certamente, não possuem uma resposta correta.
Apesar de achar estranho, mas aberto a todos os tipos de técnicas e procedimentos, pesquisei a respeito e notei que até é um procedimento comum, conforme levantamento feito pelo Glassdoor, um site de recrutamento e carreira que reúne várias vagas de emprego.
Foram analisadas milhares de perguntas postadas por candidatos durante dois anos, de 2017 a 2019, e surgiram perguntas tais como a do título desse artigo: “Quantas bolas de tênis cabem dentro de um fusca?
Outras perguntas levantadas foram:
- Quantas bolas de basquete cabem em um estádio de futebol?
- Como a Google ganha dinheiro?
- O que outro candidato diria para você, no momento?
- Faça uma bula de remédio.
- Se você fosse um filme, qual seria?
- Qual a população de mulheres esperada para o Brasil em 2020?
- Você prefere lutar com um pato do tamanho de um urso ou cem ursos do tamanho de um pato?
- Qual o seu principal defeito, segundo a sua esposa (ou marido)?
- Se você fosse uma fruta, qual você seria e por quê ?
Procurando saber mais, descobri que tais perguntas têm como objetivo avaliar a capacidade de raciocínio dos candidatos, tendo relação com desafios que o profissional teria na atividade pretendida na organização. O que se procura avaliar, levando em consideração que a entrevista não deixa de ser uma fase de avaliação do candidato, é a reação à pergunta, que pode ser até mais importante do que a própria resposta.
Um bom exemplo e muito perigosa é a pergunta: “Que desculpa você deu para faltar ao trabalho e vir para a entrevista?” A resposta irá revelar muito sobre a honestidade da pessoa e o seu jogo de cintura.
Uma entrevista de emprego sempre é um momento especial.
Da mesma forma que um entrevistador está buscando a melhor alternativa para um determinado cargo a ser preenchido, o candidato quer mostrar o seu melhor lado para ser o escolhido para ocupar aquela vaga, ainda mais agora, quando estamos diante de um cenário com mais de treze milhões de pessoas desempregadas.
Tudo começa com um bom currículo e quando digo isso, quero dizer que deve obedecer aos cinco Cs, ou seja, o candidato deve ser: claro, correto, conciso, consciente e consistente. Acrescento ainda objetivo, organizado e limpo. É um primeiro contato e uma extensão do candidato que demonstra se dá valor e atenção à sua imagem.
Imagine receber um currículo amassado, rasgado, com erros gramaticais, sem uma preocupação com a diagramação e bom gosto na apresentação. Provavelmente, este profissional não passará da primeira fase e nem será chamado para a segunda fase da entrevista.
O fatídico dia da entrevista
Na sequência, é chegado o fatídico dia da entrevista. Para algumas pessoas, um verdadeiro martírio, para outras, naturalidade e segurança. O fundamental é ser você mesmo, não querer ser quem não é ou dotar-se de técnicas sobre o que fazer com as mãos, impostar a voz ou ter respostas prontas para encaixar em eventuais perguntas que serão formuladas.
O importante, também, é vestir-se bem e isso não significa roupas caras ou de grife, mas limpas, bem passadas e discretas, em conformidade com o estilo da empresa. Além disso, o fato de estar bem fisicamente, zelando pela aparência e asseio corporal, e isso quer dizer unhas feitas, o uso de um desodorante, sapatos engraxados, com cabelos penteados ou arrumados conforme seu próprio jeito, é essencial.
Conhecer a empresa é fundamental, dar uma vasculhada nos produtos ou serviços oferecidos por ela, seus valores, sua missão, sua cultura, além de ter ideia da faixa salarial para a vaga pretendida para não ter surpresas na hora de tratar sobre esse assunto.
Lembre-se que é provável que a empresa que irá te entrevistar já vasculhou no Linkedin ou em outras mídias digitais sobre você, seu estilo, o que posta, quais suas opiniões e perfil.
Finalizo com o relato de algumas perguntas, conforme a Michael Page, consultoria de recrutamento de média e alta gerência, que foram as mais utilizadas em 2017, abordando competências pessoais dos candidatos, subdivididas em cinco categorias, são elas: competências individuais, administrativas, analíticas, interpessoais e motivacionais e, conforme João Paulo Klüppel, consultor da Michael Page, são as seguintes:
- Descreva uma situação importante na qual você usou uma ideia particular para resolver um problema da companhia;
- Conte sobre um momento no qual você levou uma equipe a alcançar seu objetivo;
- Dê exemplos de como você identificou um problema na rotina de trabalho, olhando com mais proximidade para a situação/projeto;
- Descreva uma situação na qual você uniu pessoas para trabalharem juntas;
- Comente um caso no qual você trabalhou o máximo que pode e teve a sensação de não ser reconhecido, mas, mesmo assim, continuou até a entrega final.
Desse modo, dormiremos em paz e mais tranquilos, ainda mais sabendo que vivemos em um mundo de mudanças substanciais no cenário corporativo, impulsionadas pelo avanço da tecnologia, no qual nada é certo, aliás, a única coisa certa é a incerteza das coisas e nunca sabemos se ou quando precisaremos estar preparados com esses recursos para enfrentarmos novos desafios profissionais.
Aproveito e deixo o link, caso tenha interesse, para a entrevista com o Heródoto Barbeiro: