Parte 2: A Relação entre os elementos geradores dos traumas e suas consequências e solução das dificuldades de cunho psicológico
Dando continuidade à parte I (leia), então vamos concluir este tema abordando os problemas mais comuns advindos dessas experiências traumatizantes, a relação entre os elementos geradores dos traumas e suas consequências e os caminhos mais comuns para a solução dessas dificuldades de cunho psicológico.
Os problemas mais comuns advindos dessas experiências traumatizantes, a saber:
- Mecanismos de defesa ativados (por exemplo: negação, repressão, dissociação);
- Comportamentos de enfrentamento (por exemplo: isolamento, conformismo e agressividade);
- Armazenamento do evento na memória (por exemplo: memórias fragmentadas, lembranças vívidas);
- Formação de padrões de resposta emocional e comportamental;
- Interferência no desenvolvimento emocional e psicológico (por exemplo: autoestima, segurança);
- Influência nas habilidades sociais e de relacionamento;
- Desenvolvimento emocional e psicológico (por exemplo: autoestima, segurança);
- Comportamentos disfuncionais (por exemplo: evitamento, dependência, agressividade);
- Ciclos de repetição do trauma (por exemplo: reviver situações traumáticas, reencenar papéis);
- Dificuldades de relacionamento (por exemplo: desconfiança, medo de intimidade);
- Problemas de comunicação e interação social;
- Ansiedade, depressão, irritabilidade;
- Sentimentos de vergonha, culpa, inadequação;
- Problemas de sono, dores físicas, fadiga;
- Respostas somáticas ao estresse;
- Comportamentos de autoproteção (por exemplo: perfeccionismo, controle);
- Dependência de substâncias ou comportamentos (por exemplo: álcool, comida, trabalho);
- Comportamentos de autoproteção (por exemplo: perfeccionismo, controle);
- Dependência de substâncias ou comportamentos (por exemplo: álcool, comida, trabalho).
As respostas a esses traumas interferem também no sistema de crença individual, por exemplo:
- “Eu não sou digno de amor”;
- “O mundo é um lugar perigoso”;
- “Eu sou culpado pelo que aconteceu”;
A pergunta agora é: E agora, José? Como é que fica?
São dois os tipos de mudanças esperadas: a primeira, mudanças de atitudes e a segunda, a consequente mudança de comportamentos.
Enquanto que as atitudes relacionam-se com o desenvolvimento de novas crenças e pensamentos positivos, geradores da autoestima, posicionamento e autoconfiança, os comportamentos relacionam-se a ações saudáveis e funcionais, melhoria das habilidades de relacionamentos e comunicação, tornando quem passou por esse processo, aberto a integração de novas experiências e emoções, crescimento pessoal e desenvolvimento da resiliência, tornando-se cada vez mais propensas a viverem uma vida em equilíbrio em todos os setores da roda da vida, quer seja no âmbito profissional, familiar, sócio cultural e espiritual.
Antes de falarmos sobre as soluções, existe uma relação entre os elementos geradores dos traumas e suas consequências, destacando-se:
- Experiência e Sentimento: Uma experiência traumática desencadeia sentimentos intensos e imediatos que servem como uma resposta emocional inicial.
- Sentimento e Significado: Os sentimentos experimentados levam a uma interpretação subjetiva do evento, no qual o indivíduo atribui um significado ao que aconteceu.
- Significado e Sistema de Crenças: O significado atribuído se consolida em crenças centrais, que se tornam parte do sistema de crenças do indivíduo.
- Sistema de Crenças e Padrão de Comportamentos: As crenças centrais formam a base para padrões de comportamento específicos, que são tentativas de lidar com o trauma e as emoções associadas.
- Padrão de Comportamentos e Realidade: Os comportamentos habituais moldam a realidade do indivíduo, influenciando suas circunstâncias de vida, relacionamentos e bem-estar geral.
- Ciclo Autoperpetuaste: A realidade resultante frequentemente reforça as crenças centrais e valida os comportamentos, perpetuando o ciclo de trauma e dificuldades emocionais.
Para ilustrar essa relação, apresento um exemplo:
- Experiência: Uma mulher é vítima de violência doméstica repetida.
- Sentimento: Ela sente medo, vergonha e desamparo.
- Significado: Interpreta a experiência como: “Eu não sou digna de respeito e amor.”
- Sistema de Crenças: Desenvolve a crença de que “Eu mereço ser maltratada e não posso confiar em ninguém.”
- Padrão de Comportamentos: Adota comportamentos de submissão, evita confrontos e pode se isolar socialmente.
- Realidade: Vive em relacionamentos abusivos, mantém baixa autoestima e continua em ambientes que validam suas crenças de indignidade.
Essa sequência mostra como uma experiência traumática pode levar a uma realidade limitante e problemática, mas também destaca a importância de intervenções terapêuticas para quebrar esse ciclo e promover a cura e o crescimento pessoal.
Os caminhos mais comuns para a solução dessas dificuldades de cunho psicológico são:
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Ajuda a identificar e modificar ensinamentos e comportamentos negativos, promovendo uma forma mais saudável de lidar com emoções e situações.
- Terapia EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares): Técnica específica para tratar traumas, ajudando a reprocessar memórias traumáticas e reduzir seu impacto emocional.
- Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT): Foca na aceitação das emoções difíceis e no compromisso com ações alinhadas com os valores pessoais, ajudando a criar uma vida significativa apesar das adversidades.
- Psicoterapia de Grupo: Participar de grupos terapêuticos pode proporcionar uma sensação de pertencimento e compreensão, além de compartilhar experiências e aprender com os outros.
- Apoio Social: Ter uma rede de amigos, familiares ou grupos de apoio pode fornecer conforto, validação e segurança emocional, essencial para a cura.
- Mindfulness e Meditação: Práticas que ajudam a aumentar a consciência do momento presente, reduzindo a ansiedade e promovendo a aceitação e a autocompaixão.
- Exercícios de Autocompaixão: Práticas que incentivam a gentileza consigo mesmo, reconhecendo a dor e cuidando de si com amor e compreensão.
- Atividades Físicas: Exercícios regulares podem liberar endorfinas, reduzir o estresse e melhorar o humor, ajudando na recuperação emocional.
- Expressão Criativa: Artes, escrita, música ou qualquer forma de expressão criativa podem servir como válvula de escape emocional, permitindo a externalização e processamento das emoções.
- Educação e Desenvolvimento Pessoal: Participar de workshops, cursos ou leituras sobre desenvolvimento pessoal e resiliência pode fornecer ferramentas e insights para superar traumas e construir uma vida mais equilibrada e saudável.
Essas soluções podem ser utilizadas isoladamente ou em combinação, dependendo das necessidades e preferências individuais, e muitas vezes é importante buscar o apoio de profissionais de saúde mental para orientação adequada.
A sequência desde a origem de traumas e feridas emocionais envolve um evento traumático inicial, seguido pelo processamento e armazenamento do evento na memória, levando a padrões comportamentais disfuncionais e respostas emocionais persistentes.
A cura envolve o reconhecimento da necessidade de ajuda, engajamento em terapias e intervenções adequadas, reconstrução de crenças e comportamentos, resultando em crescimento pessoal e resiliência.
O importante é ser feliz e para sermos felizes, nada como estarmos em dia com a nossa cabeça, nosso coração e nosso sistema de crenças.
Felizmente há profissionais preparados para apoiar as pessoas que passam por esse tipo de traumas e experiências geradoras de crenças limitantes.
Até lá!
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